Antigamente, mas muito antigamente, tudo era mais elaborado
e cheio de rococós que davam um trabalho danado. Agora, talvez por pressa, tudo é muito ...
"clean".
Pena não se fazer mais nada igual ou parecido. Também não se
dá valor às coisas feitas com tanta arte, que são vistas como coisas antigas e
pertencentes a um passado já remoto.
No outro dia um garoto foi colocado diante de um antigo telefone. Ao invés de discar, ele clicava com o dedo em
cima dos números que não o obedeciam. O telefone "velho" não funcionou! Em outra
ocasião, uma menina desenhou uma casa e a entregou à professora, que pediu que
desenhasse uma maior. Ela fazia aquele
gesto virtual e a casa não aumentava; insistia e nada... até que a professora
explicou a ela que não resolveria ficar querendo que a casa crescesse graças a
seus dedinhos; teria que desenhar outra. Como nossos pais ou avós conseguiam
viver uma vida complicada como aquela?
As geladeiras duravam 'até nossa morte'. O mesmo podemos dizer sobre diversos
eletro-domésticos. E os aquecedores que duravam uma eternidade? Acho
que não havia aquela vontade doentia de ganhar mais, vendendo mais, embora
de pior qualidade.
Curioso é que as pessoas não precisavam enganar otários
vendendo algo com pouca durabilidade para arrecadar mais. Era preciso ter
criatividade e determinação, ganhar
credibilidade, coisas que passaram a ser desnecessárias na maior parte
dos casos. O pior é que não temos mais opção e precisamos consumir o que nos é imposto, mesmo sabendo que aquilo não vai durar o tempo que deveria.
Como principalmente a
credibilidade está em extinção (pelo menos aqui no Brasil), e
a nova moda é fazer coisas cleans, os rococós deixaram de ser motivo de
competição.
Tudo o que era
comprado 'morria com a pessoa'
ou sua existência
continuava em outro lugar.
Hoje, morre muito antes que seu dono
e precisa de outro para substituí-lo.
Hoje, morre muito antes que seu dono
e precisa de outro para substituí-lo.
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