No início, achava interessante tudo o que ele escrevia, pois escrevia tudo o que gostaria de ler, até que resolvi saber qual seu verdadeiro histórico. Parei de acompanhar sua coluna.
Terceiro setor? Que setor é esse?
Posso não entender nada de 'setores',
mas a confiança nos políticos ...
mas a confiança nos políticos ...
certamente virou DESCONFIANÇA.
O diálogo com uma petista... O que eu disse de errado?
Desde que comecei a minha experiência como motorista de
aplicativos, estabeleci como regra básica o seguinte: Jamais discutir sobre
religião e política com o passageiro. Dentro do carro o passageiro é apenas
passageiro. Tanto faz se ele é macumbeiro, crente, santo Daime, Fé Bahai,
satanista ou o diabo a quatro. Da mesma forma que não faz diferença se ele é
petista, pessolista, peessedebista, peemedebista, vigarista, punguista ou
qualquer outro "ista". Suas opções, mesmo as sexuais, não me competem.
Entretanto, há casos que não podem ficar sem alguma
resposta, e isso aconteceu comigo exatamente ontem.
Estava eu no bairro de Botafogo, quando um dos aplicativos
tocou para uma corrida. Dirigi-me até o Humaitá, no endereço marcado, e lá
embarcou uma bela jovem com destino à Tijuca..
Mostrando-se simpática, a jovem me perguntou:
- O senhor está vendo algum efeito dessa intervenção federal
na segurança?
Respondi de forma cortês que ainda era muito cedo pra se
observar algum efeito, mas que acreditava que sim, alguma mudança haveria de
ser produzida. Com um indisfarçável desdém de quem acredita que apenas por eu
estar dirigindo um carro seria eu um ser acéfalo, a moça retruca:
- Quanta inocência sua, meu senhor! Eu sou jornalista e
tenho acompanhado tudo a esse respeito. A única coisa que esse governo golpista
quer, é fazer uma plataforma eleitoral para enganar os inocentes como o senhor.
Quando a moça falou "governo golpista", foi como
se uma luz de alarme tivesse acendido no painel do carro: {PETISTA DETECT!}.
Matei a charada na hora. Diz o ditado que a melhor resposta a ser dada a um
idiota, é fazê-lo pensar que é esperto. Ele se enrola na própria corda.
Fazendo-me de bobo, perguntei:
- E por que a senhora pensa isso?
Sua resposta foi ainda mais estarrecedora...
- Porque esse governo fascista da elite e racista só vai
prender preto e pobre!
Se por acaso se tratasse de uma passageira ignorante, com
pouca escolaridade e uma revoltada fabricada por doutrinações, eu teria ficado
quieto e não daria corda para a conversa. Mas uma jornalista? Estava aí a
grande diversão da coisa. Foi então que, me fazendo de mais bobo ainda,
perguntei:
- Mas e se o policial que abordar um preto for um preto,
será racista? Porque se o policial que geralmente é pobre abordar um pobre, ele
não estará sendo elitista, a senhora concorda?
A minha pergunta parece ter irritado a moça. Sem saber
direito o que dizer, ela saiu pela tangente com outra afirmação:
- Mas segurança não se faz com violência e isso é um reflexo
desse governo golpista. Se querem mudar alguma coisa, tem que acabar com a
pobreza. É por isso que o L--- tem que voltar! Ele foi o que mais fez, faz e
vai fazer pelos pobres, e só ele vai tirar o povo dessa miséria.
Nessa hora estávamos saindo do túnel Rebouças e descendo
pelo Rio Comprido para entrar na Dr. Satamini. Apontei para uma favela que há
logo acima do túnel, e disse:
- Se a senhora perguntar aos moradores dessa favela, há
quanto tempo eles moram aí, a maioria vai dizer que uns 30 ou 40 anos. Por que
é que nos 8 anos do L--- e 6 da Dilma eles não foram morar no Leblon, ou pelo
menos em Botafogo?
Mais uma vez a moça ficou sem resposta. Seguiu-se um breve
silêncio. Senti que a estava colocando numa saia justa e resolvi deixá-la
respirar um pouco, para em seguida perguntar:
- A senhora acha que o L--- vai mesmo ser eleito, tendo sido
condenado por roubo?
Notei que nessa hora ela ficou meio furiosa e respondeu
rispidamente:
- Roubo? O senhor entende de política? Todos eles roubam,
meu senhor! O L--- roubou, mas pelo menos fez muita coisa!
Ouvir aquilo foi como levar um chute no estômago. Fiquei
envergonhado de ser brasileiro. Ao entrar na Doutor Satamini, perguntei à moça:
- Quando a senhora pediu a corrida pelo aplicativo, quanto
era a estimativa de preço?
- Acho que R$ 18,72.
Dei um sorriso e em tom de brincadeira falei:
- Se na chegada eu cobrasse da senhora R$ 187,20, o que a
senhora diria?
- Eu diria que o senhor é um ladrão e estaria me roubando.
Te levaria pra primeira delegacia que houvesse!
E eu respondi, ainda rindo:
- É, mas eu estou transportando a senhora num carro novo,
limpo, confortável e com toda a segurança! Logo, eu estaria roubando mas estou
fazendo!
- É diferente! - disse ela. - Essa é a sua obrigação e eu
não tenho que pagar mais nada por isso!
- É... Então a senhora está certa. L--- foi eleito para
fazer aquilo que seria a obrigação dele, no entanto o roubo dele pode ser
relevado e até perdoado porque hipoteticamente "fez". Mas se eu agir
da mesma forma, aí a coisa fica diferente...
Cruzávamos as ruas da Tijuca, quando fiz minha última
pergunta:
- Essa situação me remete a um texto que vi na internet,
chamado "SOCORRO! PAPAI VIROU PETISTA!", em que o pai chega em casa e
faz o filho provar do próprio veneno, fazendo-o viver as consequências daquilo
que ele quer para os outros, mas não pra si. A senhora já viu esse texto?
- Sim! Já vi com o idiota do Nando Moura, no Youtube. Uma
bobagem só. Quem escreveu aquilo não pode ser normal. Deve ser doido.
Não toquei no assunto, A moça, visivelmente irritada,
resolveu dar fim à conversa. Não falou mais nada. Chegamos ao destino, agradeci
a ela pela viagem e fiz a cobrança:
- São R$ 18,00. Não precisa dar os centavos. É tão bom
quando a gente cumpre aquilo que se propõe sem precisar roubar ninguém, não é?
Antes que ela saísse do carro, falei:
- Ah... Sobre aquele texto "SOCORRO, PAPAI VIROU
PETISTA", eu sou o Marcelo Rates Quaranta, o "doido" e
"anormal" que escreveu aquela "bobagem".
A moça saiu e nem me deu boa noite!
O que eu disse de errado pra ela?
https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/8845/o-dialogo-com-uma-petista-o-que-eu-disse-de-errado
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