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sábado, 17 de março de 2018

Opinião de uma desembargadora - Assassinatos diversos


Desembargadora diz que M------ estava engajada com bandidos e é 'cadáver comum'
Marilia Castro Neves fez o comentário nesta sexta (16) no Facebook


A desembargadora Marilia Castro Neves, do Rio de Janeiro, escreveu nesta sexta (16) no Facebook que a vereadora M F (PSOL), assassinada nesta semana, "estava engajada com bandidos".
https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/1595007764436296-assassinato-da-vereadora-marielle-franco-psol#foto-1595135882791519

Afirmou ainda que o "comportamento" dela, "ditado por seu engajamento político", foi determinante para a morte. E que há uma tentativa da esquerda de "agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro".

A magistrada fazia um comentário abaixo de um texto postado pelo advogado Paulo Nader na rede social em que afirmava entender a comoção gerada pela morte de uma "lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida".

A desembargadora então postou o seguinte texto: "A questão é que a tal M------- não era apenas uma 'lutadora', ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores. Ela, mais do que qualquer outra pessoa 'longe da favela' sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava."

E seguiu: "Até nós sabemos disso. A verdade é que jamais saberemos ao certo o que determinou a morte da vereadora mas temos certeza de que seu comportamento, ditado por seu engajamento político, foi determinante para seu trágico fim. Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro".

Um grupo de advogados que leu o texto começou a fazer campanha nas redes para que Marilia Castro Neves seja denunciada ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por ter "ironizado" a morte de Marielle.

A desembargadora afirmou à coluna que apenas deu a sua opinião como "cidadã" na página de um colega já que não atua na área criminal.

Ela afirma ainda que nem sequer tinha ouvido falar de M------- até a notícia da morte. "Eu postei as informações que li no texto de uma amiga", afirma.

"A minha questão não é pessoal. Eu só estava me opondo à politização da morte dela. Outro dia uma médica morreu na Linha Amarela e não houve essa comoção. E ela também lutava, trabalhava, salvava vidas", afirma.

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Trechos de um artigo de Ruth de Aquino, jornalista e colunista de um jornal carioca:


  •          “ ... A juíza Patricia Acioli foi morta na porta de casa com 21 tiros, em Niterói, também alvo de uma emboscada. Em 2011. Investigava milícias de São Gonçalo. Foi um crime político. Mas não levou multidões às ruas como a vereadora M-------.

Ah sim, por ser negra e da favela. Não só. Quantas mulheres negras, mães, pobres, são assassinadas, por bandidos, por policiais, por balas perdidas, por maridos, amantes e ex, e são choradas apenas por parentes? Quantas policiais negras são assassinadas em confrontos e assaltos? (Escrito por Ruth de Aquino)

  • ·         “ ...  Trata-se de nós. De cada um. De liberdade, igualdade (?)  e fraternidade.

Se ela lutava por igualdade porque se sentava no banco de trás enquanto o serviçal de seu motorista ia na frente dirigindo o carro?


  • ·         Eu estava em Paris quando houve o atentado terrorista ao Charlie Hebdo, em janeiro de 2015. Multidões que jamais tinham lido o jornal, ou que não curtiam seus cartuns polêmicos e o humor ácido, encheram as ruas de Paris, foram para a Catedral Notre Dame com velas acesas. Todos os parisienses se sentiram atingidos nos valores da República. Fui para a rua, empunhando lápis como os manifestantes, para gritar #jesuischarlie. Em defesa da minha condição de cidadã do mundo, em defesa da liberdade de expressão que nos garante como jornalistas. 

NOTA: Marielle não foi eleita pelo Comando Vermelho, boato que enganou ate a desembargadora do Rio


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