Criado em 2004, o Escola Sem
Partido foi transformado em associação em 2015 por Miguel Nagib, Procurador do
Estado de São Paulo que criou, coordena e divulga o movimento.[20][1]Católico,
ele afirma que se indignou com um professor de história que comparou Che
Guevara a São Francisco de Assis[3] e se inspirou em um site chamado
NoIndoctrination.org.[2]
Segundo Nagib, os estudantes são prejudicados por serem
obrigados a permanecer em sala de aula, enquanto por outro lado, professores se
beneficiam dessa condição:
"A partir do
momento em que o professor se aproveita dessa
circunstância não
para falar de forma parcial equilibrada,
mas para promover as
suas próprias preferências,
ele está violando a
liberdade de consciência e de crença
dos alunos",
explica o coordenador do movimento.[21]
Os integrantes do Escola Sem
Partido elaboraram um anteprojeto de lei que prevê a fixação do cartaz com os
deveres do professor nas salas de aula. De acordo com Nagib, a presença do
cartaz em sala de aula tem o objetivo de informar os estudantes sobre o direito
que eles têm de "não serem doutrinados".[20]
O Escola Sem Partido tem apoiado
as muitas propostas inspiradas nas ideias do movimento que têm sido
apresentadas nas assembleias legislativas e câmaras municipais de todo o
país,[17][22]a maioria delas por parlamentares católicos ou evangélicos.[23]
Em abril de 2015 a Assembleia
Legislativa de Alagoas derrubou, por 18 votos a 8, o veto do governador Renan
Filho (PMDB) a um projeto de lei dessa natureza. Em maio o presidente em
exercício da Assembleia, deputado Ronaldo Medeiros (PMDB), promulgou a Lei n.º
7 800/16, instituindo o programa naquele estado. Desde então a Secretaria
Estadual de Educação informou que não vai implementar a lei. O programa
afetaria nove por cento das escolas alagoanas, já que recairia somente sobre as
instituições estaduais de ensino.[24] Em julho, a Advocacia-Geral da União
(AGU) enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal defendendo a
inconstitucionalidade da lei alagoana. Segundo a AGU a lei afronta o pacto
federativo pois "cabe privativamente à União legislar sobre as diretrizes
e bases da educação nacional".[24]
Um dos quase 60 projetos de lei
influenciados pelo movimento[12] foi apresentado pelo senador e pastor
evangélico Magno Malta (PR) ao Senado do Brasil, juntamente com uma proposta de
consulta pública sobre o Programa Escola sem Partido.[25] O projeto de lei foi
apresentado em junho de 2016 e intitulado PLS 193/2016.[26] Assim como os
demais, o projeto visa limitar a atuação dos professores para impedir que eles
promovam suas crenças ideológicas e partidárias em sala de aula ou que incitem
os estudantes a participarem de protestos populares.[5] Como parte da limitação
é buscada uma tipificação de crime chamado no projeto de “assédio ideológico”
em sala de aula.[27]
Em 25 de agosto, estudantes
ocuparam a Assembleia Legislativa em São Paulo em protesto contra o Programa
Escola sem Partido.[28]
Em outubro de 2018, pouco após a
eleição de Jair Bolsonaro para presidente, o relator do Escola sem Partido na
Câmara dos Deputados, deputado Flavinho (PSC), adicionou alterações na redação do projeto na véspera da votação,
deixando-o mais restritivo. No novo texto, noções como "gênero",
"orientação sexual", "ideologia de gênero" e
"preferências políticas e partidárias" não podem fazer parte de
"materiais didáticos e paradidáticos", "conteúdos curriculares",
"políticas e planos educacionais" e "projetos pedagógicos das
escolas" (antes, era apenas "materiais didáticos e
paradidáticos"), entre outras restrições.[29] A votação do projeto,
prevista para ocorrer no dia 31 de outubro, foi adiada para a semana
seguinte.[30]
ARTIGO COMPLETO
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_sem_Partido
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