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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Inversão de valores

Ontem por volta de 6h00 da manhã, do dia 13 de outubro, na caminhada costumeira na Beira Mar em Fortaleza, meu pai, de 87 anos, sentou um pouco pra descansar em frente ao Jardim Japonês. Um bandido o atacou pelas costas, com uma voadora. No jornais saiu que ele tinha 75 anos, mas é na verdade 87 anos. Machucou ele profundamente, arrastou ele pelo chão, rasgou o short dele. Pasmem, pra tirar R$54, que ele levava no bolso. Quatro reais, pra ele tomar água de coco, e R$50 para doar a 2 pedintes, cadeirantes que ficam por ali, na Beira-Mar.

As pessoas, foram muito solidárias. Muitos socorreram meu pai e uma dessas pessoas ligou pra mim. Fiquei muito grata. Policiais chegaram rapidamente, ainda viram o bandido que corria em direção ao mar. Nadou aproximadamente meia hora na direção do Mercado do Peixe.

Os policiais o seguiram por terra com a viatura. O bandido correu para o mar e nadou para o fundo, após muitos minutos, cansou de nadar e pediu socorro a um pescador dizendo que era atleta e que não estava se sentindo bem. O pescador imediatamente o levou para a beira do mar, onde os policiais o pegaram. Meu pai foi atendido no hospital São Mateus. Com todo corpo ferido, levou vários pontos na perna, nos braços e na mão.

Tinham policiais no hospital, porque quando acontece alguma coisa assim, eles tem que estar presentes para saber o que ocorreu com o idoso.
Parabéns aos policiais, foram muito gentis. Ligaram para os policiais da praia e confirmaram o ocorrido, me passando que o meliante, como eles chamam os bandidos, já tinha sido preso.

Para que o bandido continuasse preso, a polícia me convenceu a levar meu pai para registrar a ocorrência na delegacia da 2ª vara criminal, se é assim que posso chamar.

Levei meu pai que estava meio dopado, com as medicações e anestesia. Nesse momento, não tinha dores. Lá na delegacia, disseram que eu teria que levar meu pai no IML, fazer os exames, corpo de delito, para que o bandido permanecesse preso. Quando estávamos dando o depoimento, ouvimos um som de choro. Perguntei se era o bandido, me disseram que sim. Perguntei porque estava chorando, disseram que ele estava chamando atenção para dos defensores dos Direitos Humanos. Ele tinha sido solto, uma semana atrás, em uma audiência de custódia. Exatamente, porque, tinha agredido um idoso na Beira Mar. Mesma situação. Só que o idoso não fez exame de corpo delito no IML. Aí na audiência de custódia ele foi solto, por isso teríamos que fazer o exame de corpo delito no IML, para que ele fosse mantido preso.

Foi aí que concordei, levei meu pai, juntamente com os policiais,  para fazer esse exame.
O bandido, chorando para chamar atenção dos representantes dos direitos humanos, pedia que o protegessem dos policiais, apesar destes não terem lhe feito qualquer mal. O estranho da situação é que quem foi assaltado e duramente agredido foi meu pai e quem estava pedindo intervenção de representantes dos direitos humanos era o agressor. Eu vendo meu pai todo ensanguentado tinha que assistir aquela encenação do agressor que agia como vítima. Não recebi nenhuma ligação dos representantes dos Direitos Humanos, mas recebi muitas ligações dos policiais que atenderam a ocorrência e queriam saber como estava meu pai. Fiquei surpresa de ver o tratamento cuidadoso desses profissionais.

Vida longa, para os Policiais de alma boa.
Isso mostra que devemos mudar nosso governo. Não pode continuar como está. Temos que ter proteção, segurança. Uma vida que se possa viver tranquilo.

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