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sábado, 14 de setembro de 2019

Cuba , antes e depois de Fidel

CUBA NO BRASIL,UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL
ENIO MAINARDI

Fidel se dizia não-comunista, quando chegava com suas tropas próximo de Havana. E depois de vitoriosa a revolução cubana por uns tempos virou uma espécie de sonho acontecido para a minha geração. Porque finalmente um país colonizado se libertara da tirania, começando uma grande "Democracia" popular.
Aqui, em 64 tive que me pirar, quando me senti muito ameaçado pelos milicos, no bico do corvo e decidi me mandar para Cuba, aquele país que tinha se livrado tão heroicamente dos canalhas vendidos ao imperialismo ianque. O Che era então uma espécie de santo vingador. Mas fui vetado pela embaixada de Cuba, no México. Melhor. Então fui para NY tentar a vida lá.
Hoje sou um velho que viu e viveu muita coisa - sem ter aprendido quase nada. Mas Cuba e Che foram meus exemplos vividos e experimentados de como os piores sempre conseguem vender uma ideologia e depois praticar outra. O paredón também serviu para me abrir os olhos. Não trago nenhuma lição. Mas tristeza pela repetição recorrente na história das mentiras da Propaganda Política e da covardia de tantos.
Se Cuba tem algo a ensinar, é a mentira institucionalizada que busca a estratificação do poder nas mãos de meia-dúzia, tendo eles traido a fé de tantos naquele momento histórico, dos que viram na revolução cubana uma espécie de queda do muro de Berlim.
Minha avó me dizia que "uno impara a nuotare quando l'acqua bate in culo".
Aqui no Brasil, nestes dias cruéis em que Cuba ocupa a mente de alguns que se deixam levar pela demagogia, respiro aliviado pensando que quase chegamos a este ponto.

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