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terça-feira, 28 de maio de 2019

Sobre a manifestação de domingo (Ivan Santana)

Nota do Editor: Na edição de hoje, Ivan escreve sobre o impacto que as manifestações de domingo podem ter na tramitação da PEC da Previdência. 
 
Alegar, contra o governo, que deixam de assinar o  que é contra  o povo brasileiro, deixou de ser desculpa. 
 
PRÓ:
Pró-Bolsonaro, pró-Paulo Guedes,
pró-Sérgio Moro e
pró-Reforma da Previdência.

 
Caro leitor, 

Após as passeatas de domingo, vi e li a opinião de diversos comentaristas políticos da TV e dos jornais. A maioria, que me pareceu tendenciosa, fez questão de comparar o evento a favor de Bolsonaro com outro, ocorrido dias antes, contra o contingenciamento de verbas da educação.

Com poucas exceções, os jornalistas fizeram questão de minimizar a segunda manifestação na comparação com a primeira. 

Nada mais inexato. Se houve diferença entre o número de presentes em um e outro evento, essa foi muito pequena. 

A verdade é que muita gente queria por que queria que as passeatas de domingo fossem um fracasso e elas simplesmente não foram.  

É simplesmente uma questão de constatar a verdade. Repórter deve se limitar a noticiar o que aconteceu, goste ou não 

Digamos que, somadas todas as cidades onde as pessoas saíram às ruas, centenas de milhares de pessoas tenham comparecido aos atos pró-Bolsonaro, pró-Paulo Guedes, pró-Sérgio Moro e pró-Reforma da Previdência.

Isso deve ser um recorde mundial em se tratando de apoiar um programa de sacrifícios, de perda de direitos, que é o que acontecerá se a PEC da Previdência for aprovada nas duas Casas do Congresso.

Esse tipo de manifestação é sempre contra (como foi o caso das verbas da educação), nunca a favor.  

Por livre e espontânea vontade, aquele povaréu exigiu que o Congresso lhe aumentasse o tempo de trabalho antes da aposentadoria. 

Mesmo na ditadura disfarçada de Vladimir Putin, no dia 2 de setembro do ano passado, milhares de moscovitas tiveram coragem de sair às ruas nas proximidades do Kremlin para protestar contra o aumento da idade mínima de aposentadoria.  

Três meses mais tarde, o mesmo aconteceu em Paris e em outras cidades da França (é verdade que francês se proclama contrário a tudo que surge de novidade) onde cerca de 300 mil cidadãos, em meio a uma greve geral que parou o país, se rebelaram contra as reformas sociais de Emmanuel Macron que incluíam novas regras previdenciárias.

O mesmo aconteceu na Espanha, na Itália, na Grécia e em outras nações onde os governos constataram o óbvio: a expectativa de vida das pessoas aumentou e elas precisam se aposentar mais tarde. 

“Protesto” a favor, só mesmo no Brasil. E mesmo assim pela primeira vez. Isso rendeu muitos pontos a Jair Bolsonaro, gostem seus críticos ou não. Contra fatos, não se argumenta. 

Ontem o mercado de ações corroborou minha linha de raciocínio. O Ibovespa subiu 1,32% (alta equivalente a 1.236 pontos). Foi um passo de ganso (sem ironias, por favor) em direção à aprovação da PEC. 
 
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Um abraço,

 
 
 

 
 
 

 
 
 
 
 
 
 

 

 
 

 
 
 

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